Por Mariana Bombi
Em novembro do ano passado foi comemorado a queda do Muro de Berlim, para relembrar esse fato histórico o blog vai traçar mostrar como a moda se comportou neste periodo, hora como forma de expressão, hora como impulso para novas criações..
Foi em nove de novembro de 1989 que o Muro de Berlim começou a ser derrubado. Após os vinte e oito anos em que ele, além de dividir a cidade de Berlim ao meio, simbolizava a divisão do mundo em dois blocos: O da República Federal da Alemanha (RFA), que era constituído pelos países capitalistas e o da República Democrática Alemã (RDA), constituído pelos países socialistas.
Durante este período a população da Berlim Oriental, deveria seguir os padrões socialistas, e com a vestimenta isso não era diferente. Para o governo da época as roupas deveriam servir apenas como instrumento para cobrir o corpo, portanto os cortes eram retos, simples sem nem ao menos sobras de tecido.
O que se via nas lojas eram roupas padronizadas, ditadas pelo Partido Socialista Unitário da Alemanha. Para muitos jovens, no entanto, sucumbir a este estilo único era motivo de revolta, no entanto, algumas marcas como, a “Chic, Charmant und Dauerhaft” costuravam suas próprias roupas como forma de protesto ao sistema vigente.
Segundo a estilista alemã Sabine von Oettingen “Muitas pessoas costuram suas próprias roupas. Eu só percebi mais tarde que na Alemanha Ocidental e em outros lugares a maioria das pessoas não faziam isso, mas lá (RDA) era dado como certo que a sua mãe ou avó iria te ensinar a costurar. Era, para mim, uma forma de libertação”.
A partir daí peças que abusavam da criatividade e muitas vezes excêntricas começaram a ser comercializadas ilegalmente em fundos de imóveis antigos. Eram compostas, muitas vezes, por materiais como lonas usadas em plantações de morangos, fraldas, cortinas de banho e até mesmo “membrana de cabra” (um tipo de camurça relativamente acessível na ocasião).
Com o passar dos anos e com o progressivo enfraquecimento do socialismo, as influências ocidentais passaram a ser maior, e podiam ser vistas nos terninhos semelhantes ao de Jacqueline Kennedy Onassis ou nas roupas antenadas com a contra-cultura.
Foi na década de 80, período antecessor a queda do muro, que a cultura pop e outros símbolos do capitalismo foram mais evidentes do lado socialista, tendo até a visita do agora mítico, Michael Jackson.
A moda neste período, embora tenha sido alvo de grande opressão serviu como instrumento para os cidadãos expressarem seu posicionamento político e sua individualidade. O caráter da moda desta época era social acima de todas as coisas.
Berlim é considerada hoje, uma das capitais da moda, dividindo espaço com cidades consagradas como Paris, Milão e Londres. Isso tudo, porém, só foi possível a partir da unificação da Alemanha.
“A queda do Muro de Berlim provocou uma expansão das artes na cidade, fazendo com que surgisse uma nova cena de moda”, finaliza Nadine Barth, jornalista especializada em moda.
Para saber mais, vale a pena clicar:
Influências ocidentais e soviéticas criaram a moda de Berlim Oriental
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